3 de fev. de 2011

Ne me quitte pas

Chovia novamente lá fora, e coincidentemente dentro de si também.

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur


Olhou novamente pela janela do carro, e viu o céu derramando como quem chora por algum motivo.
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Não sentiu vontade de chorar, no entanto sentiu uma tristeza quase sem fim por algo que ao seu ver é quase inalcançável.

Moi je t'offrirai
Des perles et des pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine

O sinal abriu, pisou no acelerador e o carro arrancou quase sem que percebesse, ainda pensando.

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Lembrou-se de como tivera momentos felizes, e assustou-se por como passaram rápido.

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racontrai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer

Sentiu saudades de acordar ao seu lado, e olhar seu rosto enquanto ele ainda dormia.

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Sentiu mais saudades ainda de quando ele acordava, e a abraçava carinhosamente outra vez.

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas

Decidiu, finalmente que era melhor assim. Doía menos apenas observar do que realmente participar.

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas

Seu coração novamente se apertou em protesto, como sempre fazia, conseguia quase sentí-lo se partindo. Limpou seus pensamentos e concentrou-se novamente em dirigir.

Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

8 de jan. de 2011

Devaneando

Sentia novamente aquela dor. A de sempre - tão conhecida - ocupar novamente o seu vazio. A mesma dor que tem sido sua companheira há dois anos... A dor de não ter ninguém além de si mesma.
Sentia na boca um gosto amargo de tanto segurar a vontade de chorar.
E no peito, a dor, e o vazio, onde um dia houvera um coração.

6 de out. de 2010

Vazio

De repente, vagando pelos contatos offline do msn deparo-me com lembranças boas proém dolorosas, que um dia foram guardadas em algum lugar para serem esquecidas. Bate aquele vazio ao passar pelo nick de alguém que não deveria ter saído da minha vida, mas que simplesmente se foi... A sensação de vazio toma conta de mim, e fico confusa... Dá aquela vontadezinha lá no fundo de me esconder feito criança e chorar. Por que não fiz nada em relação à isto mesmo...?
Incrível a vontade que dá de pegar o telefone e ligar para a pessoa, mesmo sabendo que isto só fará mal para nós dois.
Pela primeira vez na vida, arrependo-me por ter feito algo na vida, e não ter feito nada pra não deixar este algo me escapar.

P.S.: Obrigada aos meus leitores imaginários, por aparecerem aqui mesmo com tão poucas atualizações.

21 de set. de 2010

Ociosidade

O cursor pisca incessantemente na tela, enquanto a inspiração não vem. Toma mais um gole de vinho e acende outro cigarro. Observa novamente a claridade bruxuleante que passa pela janela. Fecha os olhos e ouve o barulho da chuva, traga o cigarro.
Volta a olhar pro cursor, imaginando sobre o quê exatamente escrever ali naquele espaço tão branco, esperando pela cor de sua imaginação. Traga novamente o cigarro. Observa a fumaça que sobe lentamente fazendo desenhos no ar.
Ah, como sente falta das curvas que um dia inspiraram tantos textos coloridos. Novamente o cursor, a chuva, a luz pela janela, a fumaça do cigarro - agora acabando, o espaço em branco. Finalmente desiste. Apaga a tela monótona e brilhante, volta pro quarto e vai dormir.

22 de jun. de 2010

Jogo de Poker

A mesa em veludo verde, o ambiente em semi-luz, a fumaça do cigarro pairando no ar.
As cartas em minhas mãos, as cartas nas mãos dela...

"She gave me the Queen
She gave me the King
She was wheelin' and dealin'
Just doin' her thing
She was holdin' a pair
But I had to try
Her Deuce was wild
But my Ace was high
But how was I to know
That she'd been dealt with before
Said she'd never had a Full House
But I should have known
From the tattoo on her left leg
And the garter on her right
She'd have the card to bring me down
If she played it right"


Suas mãos, sua pele, a parte do seio semi-nú que seu decote deixava transparecer.
Seu pescoço, o rosto pequeno e redondo contrastando com os grandes lábios vermelhos e seus profundos olhos negros.

"Poker face was her name
Poker face was her nature
Poker straight was her game
If she knew she could get you
She play'd 'em fast
And she play'd 'em hard
She could close her eyes
And feel every card
But how was I to know
That she'd been shuffled before
Said she'd never had a Royal Flush
But I should have known
That all the cards were comin'
From the bottom of the pack
And if I'd known what she was dealin' out
I'd have dealt it back"


A parte das coxas que sua saia curta deixava aparecer, a meia arrastão preta deixando à mostra pequenos pedaços daquela pele que lembrava a textura da seda.
A moça na minha frente que tirava-me o fôlego, e não permitia que eu me concentrasse no jogo.
Ah, o jogo... Onde estávamos mesmo?

"She's got the Jack
She's got the Jack, And who knows what else?
She's got the Jack, yeah, yeah
She gave me the Jack hey
Ooh, can't ya tell?
You Never know! She's got the Jack"

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Ao som de AC/DC - The Jack

23 de fev. de 2010

And it breaks my heart, It breaks my heart...

Sempre amei a todos dando-lhes a maior liberdade possível. Claro que isso é porque odeio ciúmes infantis e coisas do gênero. Mas também sou obrigada a admitir que era uma espécie de maneira de afastar qualquer possibilidade de contato muito próximo.
De certa forma, sempre foi uma maneira de manter uma espécie de zona segura, para não sofrer muito em casos de separações repentinas.
O problema é quando sentimos que essa zona segura tem atrapalhado, e aparece a vontade de ficar completamente desprotegida emocionalmente.
Tenho sentido vontade de abrir o coração como quem abre uma caixa de Pandora, e deixá-lo aberto, pelo menos até que outra decepção o feche novamente.
Sinto que é chegada a hora de deixar o sentimento arder em brasa, e queimar tudo até a ultima ponta. Mas... com quem mesmo? Pequeno e importantíssimo detalhe...
Enquanto isso, o jeito é continuar mantendo a zona segura... Com uma grande abertura para, quem sabe um dia, sentir algo bom por alguém.

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Ouvindo:
Regina Spektor - Fidelity

14 de fev. de 2010

Divagando

Interessante como alguns meses sem namorado e com muuuita bebida podem nos fazer realmente bem.
Mais interessante ainda, é que mesmo sabendo que no fim tudo dá errado, ainda sentir falta de alguem pra chamar de namorado. Sabe, aquilo de poder ficar abraçado com alguem por um bom tempo, sem ter nada pra fazer nem ter pessa pra acabar, de comprar um sorvete no parque só pra poder lambuzar a outra pessoa quando está distraído... Enfim, divago.
Apesar de não ser uma sensação nada agradável quando descobrimos que a pessoa que um dia chamamos de namorado tenha uma idéia totalmente distorcida do que realmente somos. E novamente divago.
Em tudo isso, a parte mais estranha é que continuamos sentindo falta de alguem pra abraçar.

Dedicado à garrafa de Martini, que me acompanha neste exato momento.

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6 AM, Christmas morning
No shadows
No reflections here
Lie cheek to cheek in your cold embrace.

It started so tragic as a slaughterhouse
She pressed the knife against your heart
And say that 'I love you' so much you must kill me now.
I love you so much you must kill me now...