5 de out. de 2009

Nada como dia após dia, uma noite, um mês... Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez

Ao sair do trabalho hoje chovia... Aquela chuva calma de tantos dias cinzas atrás...
"Os velhos olhos vermelhos voltaram
Dessa vez
Com o mundo nas costas
E a cidade nos pés
Pra que sofrer se nada é pra sempre?
Pra que correr, se nunca me vejo de frente"

Estava sem sombrinha, então fui correndo da porta do trabalho ao ponto de ônibus, que fica rasoavelmente perto...
Entrei no ônibus, e a chuva continuava a cair...
A avenida passava em borrões de todas as cores.
Dei-me ao luxo de deixar rolar as lágrimas que insistiam em sair, calmas, como a chuva que caía lá fora.
"Parei de pensar e comecei a sentir
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez"

Quando enfim pararam de correr, tudo era só silêncio dentro de mim...
Até a chuva que corria lá fora de repente não fazia mais barulho... eram só os pingos que caíam...
Voltei a olhar a cidade que passava pelo vidro embassado, os olhos vazios de sentimento e expressão.
"Os velhos olhos vermelhos enganam
Sem querer
Parecem claros, frios, distantes
Não têm nada a perder
Por que se preocupar por tão pouco?
Por que chorar, se amanhã tudo muda de novo?"